Obesidade não aumenta risco de depressão

Estudo analisou sintomas depressivos em jovens negros e brancos

 

Adolescentes obesos não são mais suscetíveis à depressão do que aqueles que têm peso normal, segundo pesquisa publicada no periódico científico Journal of Adolescent Health. Cientistas americanos do MassGeneral Hospital for Children analisaram por três anos a relação entre obesidade severa e sintomas depressivos em adolescentes negros e brancos.
O estudo incluiu 51 participantes severamente obesos - com índice de massa corporal maior ou igual a 40. Além de mais um número igual de adolescentes com as mesmas características que o grupo anterior, como idade, sexo e raça, mas com o peso normal. Para medir os níveis de depressão, os cientistas realizaram um questionário padrão, que foi feito no início do estudo e reaplicado no segundo e no terceiro ano.
"As pessoas presumem que todos os adolescentes obesos são infelizes e deprimidos. Elas costumam achar também que, quanto mais obesos for o adolescente, maior será o impacto para a saúde mental", diz Elizabeth Goodman, autora do estudo e diretora do Centro de Políticas de Saúde para Crianças e Adolescentes do MassGeneral Hospital for Children. "Nossas descobertas sugerem que essas suposições são falsas."
Estudos realizados em clínicas para o tratamento de obesidade encontram dados diferentes, sugerindo uma relação clara entre o excesso de peso e a depressão. De acordo com os pesquisadores, isso ocorre porque, em geral, obesos que procuram tratamento em clínicas sentem-se piores com a sua forma corporal do que aqueles que não procuram tratamento.
Os cientistas contataram, porém, que alguns participantes brancos apresentaram sintomas depressivos na última avaliação, realizada após três anos. "O tamanho do corpo parece ter um impacto maior sobre os sentimentos dos adolescentes brancos do que nos adolescentes negros", diz Goodman.